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Webinar promovido pela Finep/MCTI sobre os impactos da pandemia em C,T&I destaca protagonismo científico no enfrentamento à Covid-19

Na sexta-feira, 28/8, a Finep e o Ministério da Ciência Tecnologia e Inovações (MCTI) promoveram webinar sobre os impactos da crise mundial sanitária causada pela pandemia da Covid-19 na Ciência, Tecnologia e Inovação.

Além de discutir o reflexo da crise nas áreas, ainda foram pensadas perspectivas para a financiadora diante do cenário atual. Participaram do evento online o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Astronauta Marcos Pontes, o presidente da Finep, General Waldemar Barroso, o secretário de Empreendedorismo e Inovação do MCTI, Paulo César Alvim e o professor emérito do Instituto de Estudos Estratégicos INEST/UFF e coordenador do Núcleo de Estudos Estratégicos Avançado (NEA) da UFF, Eurico de Lima Figueiredo.

Em sua fala de abertura, Pontes destacou o protagonismo da ciência no atual momento de pandemia do novo coronavírus. “Ferramentas como a tecnologia e a inovação atuam no combate aos impactos da Covid-19, mas a única arma capaz de vencer o vírus é a ciência”, afirmou. Ele ressaltou ainda que “embora o mundo esteja passando por uma situação delicada, também vivenciamos um período de aprendizado. Grandes avanços da ciência e tecnologia sempre aconteceram durante momentos difíceis, eles são como geradores de inovações”.

Finep aplicou cerca de  R$ 1 bi, a partir de diferentes instrumentos

O ministro apresentou os impactos da crise sanitária mundial em C,T&I a partir de quatro frentes. A primeira delas, o combate efetivo ao vírus através da ciência. Já a segunda, o combate aos efeitos gerados a partir da crise. A terceira frente evidenciada foi a preparação para o futuro: “é importante utilizarmos tudo o que estamos aprendendo com esse período para estarmos preparados para possíveis próximas pandemias, de forma que não percamos milhões de pessoas no planeta e tenhamos impactos devastadores na economia”. Ele utilizou como exemplo de ferramenta para preparação estratégica a iniciativa realizada em parceria com a Finep do edital de Infraestrutura NB-3, que tem como objetivo adequar laboratórios brasileiros a uma infraestrutura física mais avançada e preparada para o desenvolvimento de vacinas, tratamentos e estudos sobre o novo coronavírus.

A recuperação econômica foi a quarta e última frente apresentada por Marcos Pontes no evento. “Eu acredito que temos potencial para tornar o Brasil uma das principais potências na recuperação dessa pandemia. Parece um objetivo ambicioso, mas é preciso pensar grande. Confio muito nos nossos cientistas, pesquisadores, engenheiros, universidades, centros de pesquisas e empresas. Tudo isto somado à união de todos setores pode transformar nosso país nessa potência”, finalizou. O ministro ainda parabenizou a Finep pelo trabalho que vem sendo feito em prol do país em conjunto com o MCTI.

O presidente da Finep, General Waldemar Barroso, foi o moderador do evento. Em sua fala inicial, ele afirmou que “o estreitamento da relação entre a Finep e o Ministério da Ciência Tecnologia e Inovações, com as orientações do Governo Federal, fizeram com que a empresa destinasse cerca de R$ 1 bilhão para o combate à Covid-19”. Ele também declarou que, para que o trabalho continue sendo feito de forma eficaz, é preciso pensar adiante. “A Finep parece que passou os seus mais de 50 anos se preparando para esse momento. Mas é preciso que nós tenhamos um olhar de longo prazo e identifiquemos os reflexos dessa pandemia na Ciência, Tecnologia e Inovação.”

Waldemar Barroso relembrou a atuação da financiadora em crises anteriores sofridas pelo país e reforçou a continuidade do compromisso para esse cenário de pandemia da Covid-19. “Nós temos certeza de que a Finep terá um papel bastante relevante não só nesse contexto atual, como também no futuro. Vamos continuar trabalhando para atingir nossos objetivos de gerar conhecimento, produzir riqueza e melhorar a qualidade de vida”, encerrou o presidente em sua fala.

Importantes iniciativas do ministério

Na sequência, o secretário Paulo Alvim destacou as iniciativas do ministério no combate à Covid-19. A primeira delas foi a criação da Rede Vírus, composta por um conjunto de especialistas ligados à temática da doença. “O que está acontecendo hoje é algo inédito: estamos trabalhando em uma cooperação que envolve mais de 100 grupos de pesquisas, que estão sendo apoiados pelo CNPq e pela Finep. Mobilizamos, através de subvenção econômica, mais de 600 empresas e quase 60 startups, que estão sendo financiadas para contribuir no atendimento e no processo de impacto da Covid-19”, comentou Alvim, enfatizando o trabalho de institituições como o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), com a reposição de medicamentos, e do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), com a intensificação no uso de inteligência artificial.

Alvim celebrou também o edital do MCTI em parceria com a Finep para Tecnologias 4.0, que recebeu quase 1200 propostas. Lembrou, ainda, de ações fundamentais na criação de condição para as empresas intensificarem os espaços de inovação, como o Marco Legal da Lei de Startups e a Lei do Bem, promovidas pelo Governo Federal. Na agricultura, destacou a importância da trinca C,T&I para o crescimento do agronegócio, responsável por parcela significativa do PIB brasileiro.

Sobre segurança hídrica, energética e alimentar, afirmou que, com base no conhecimento técnico-científico, o Brasil pode agregar valor aos seus serviços e produtos, posicionando-se como player desses setores e garantindo soberania nacional. “Um futuro diferente passa, necessariamente, pela intensificação da ciência para gerar riqueza e melhorar a qualidade de vida da nossa população”, concluiu.

Último participante do debate, o professor Eurico de Lima Figueiredo contribuiu com a sua experiência nos campos da ciência política, relações internacionais, estudos estratégicos e segurança internacional. Figueiredo apresentou o panorama geopolítico da crise causada pela Covid-19 nos Estados Unidos, Europa, Ásia e América Latina, evidenciando como esses lugares já passavam por problemas políticos e econômicos que foram intensificados pela pandemia.

“A situação é complexa e difícil e tudo isso afeta o Brasil, que já estava vindo de uma recessão profunda. Os efeitos da pandemia, nesse sentido, não são animadores, mas, para a retomada do nosso desenvolvimento econômico temos que pensar a trinca C,T&I como alavanca desse processo. Temos uma economia que produz da agulha ao avião mais sofisticado, uma sociedade diversificada e uma democracia forte, representativa, com instituições que funcionam”, afirmou.

O especialista destacou ainda a importância da Indústria da Defesa para o País, sobretudo com os setores nuclear, aeroespacial e cibernético: “É a oportunidade do Brasil de entrar na Revolução 4.0 com sucesso, um investimento a longo prazo, fundamental para a sobrevivência do estado e sua soberania”.

               

Fonte: Finep