
Seminário em Fortaleza debate Lei de TICs e mira avanço do hardware no Ceará
Embora o Ceará ocupe a 2ª posição no país em número de projetos realizados por instituições de pesquisa em inovação, é apenas o 7º em uso efetivo dos incentivos previstos na Lei de TICs
A Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) e a Associação P&D Brasil promovem, nos dias 5 e 6 de junho, em Fortaleza, o seminário “Política Industrial para o Setor de TICs” — sigla para Tecnologias da Informação e Comunicação. Gratuito e aberto ao público, o evento tem como foco ampliar o acesso às oportunidades criadas pela nova Lei de TICs (14.968/2024), com ênfase no desenvolvimento de hardware e inovação tecnológica no estado.
A iniciativa busca sanar um paradoxo: embora o Ceará ocupe a segunda posição no país em número de projetos realizados por instituições de pesquisa em inovação, é apenas o sétimo em uso efetivo dos incentivos previstos na Lei de TICs. Na prática, empresas locais ainda enfrentam barreiras técnicas e informacionais para usufruir dos benefícios fiscais e financeiros da legislação.
Nova legislação, novos incentivos
A versão mais recente da lei trouxe uma mudança significativa: empresas de equipamentos eletrônicos com base no Norte, Nordeste ou Centro-Oeste e que desenvolvam tecnologia nacional (Tecnac) agora podem acessar um crédito financeiro de até 17% do faturamento com esses produtos. Isso amplia a competitividade mesmo em vendas a preço de custo, tornando o ambiente mais atrativo para novos negócios industriais.
Com mediação da Fiec, da P&D Brasil e do deputado federal André Figueiredo, o seminário vai abordar temas como habilitação à lei, processo produtivo básico (PPB), incentivos fiscais, financiamento e parcerias estratégicas. Estão previstas participações de instituições como MCTI, MDIC, FINEP, BNDES, Sebrae e Embrapii.
Fomento ao desenvolvimento regional
A expectativa é clara: atrair investimentos, ampliar a capacidade produtiva e fomentar a inovação no Ceará. A própria P&D Brasil estima que suas associadas devem investir R$ 16 bilhões no país até 2026 em infraestrutura, modernização industrial, desenvolvimento de tecnologias e expansão de parques fabris.
Ao integrar empresas, startups, centros de pesquisa e o poder público, o seminário fortalece o ecossistema de inovação e impulsiona o estado rumo a uma economia mais tecnológica, competitiva e menos desigual.