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Inovação ágil será decisiva para o Brasil no pós pandemia, afirma diretor-geral do SENAI

Rafael Lucchesi destacou importância do modelo flexível da Embrapii, durante assinatura de termo de cooperação pelo qual o Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos e Fibras tornou-se unidade da empresa

O modelo de inovação ágil oferecido pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) será decisivo para o Brasil se reposicionar após a pandemia de Covid-19. A avaliação foi feita pelo diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Rafael Lucchesi, durante a assinatura, nesta quarta-feira (24), do termo de cooperação que credenciou o Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos e Fibras, localizado no Rio de Janeiro, como unidade Embrapii.

“A Embrapii é uma organização social com uma visão moderna de política industrial, de competitividade e de desenvolvimento tecnológico gerador de PIB (Produto Interno Bruto), que será estratégica no Brasil pós Covid, nas oportunidades que teremos na agenda de indústria”, afirmou Lucchesi. “Há um novo desafio, temos de repensar uma atividade produtiva mais forte, mais competitiva, baseada em oportunidades. Somos o 8° maior mercado do mundo, temos sim uma capacidade de ciência, uma sofisticação empresarial e podemos pensar em uma agenda competitiva de país voltada a empreendedores brasileiros apoiados por cientistas e engenheiros brasileiros para gerar PIB”, completou.

Ao se tornar unidade Embrapii, as empresas que realizarem projetos de inovação com o Instituto em Biossintéticos terão acesso a recursos não reembolsáveis, reduzindo assim o risco dos investimentos e potencializando o desenvolvimento de novos produtos e processos mais eficientes. A Embrapii financia até um terço de projetos de inovação de empresas brasileiras com recursos dos ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovações, da Educação e da Saúde. Aos valores da organização se somam recursos das próprias unidades e as contrapartidas das empresas.

“A parceria SENAI-Embrapii está oferecendo à indústria o que há de melhor em pesquisa aplicada e capacidade de inovação em projetos industriais”, disse o diretor-presidente da Embrapii, Jorge Guimarães. Entre os 27 Institutos SENAI de Inovação, distribuídos em todas as regiões brasileiras, 15 são unidades Embrapii.

Presentes ao evento virtual, os representantes do governo federal também destacaram a agilidade da resposta do parque industrial brasileiro e da rede de inovação do SENAI aos desafios impostos pela pandemia. “É muito significativo ver aonde o sistema SENAI conseguiu chegar em tão pouco tempo. No que se refere à inovação, o SENAI faz diferente e faz em favor da indústria”, disse o secretário de Empreendedorismo e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo Alvim.

“Neste ambiente de pandemia, a gente aprendeu que uma coisa importante é acelerar”, destacou ele ao mencionar projeto realizado pelo Instituto de Biossintéticos em parceria com as empresas Klabin e Apoteka de novo espessante para álcool em gel. A pesquisa, realizada em cerca de um mês, gerou um pedido de patente e permitiu ofertar ao mercado produto essencial de prevenção à Covid-19.

O secretário de Desenvolvimento da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação do Ministério da Economia, Gustavo Ene, também ressaltou o sucesso da iniciativa de manutenção de respiradores pulmonares, coordenada pelo SENAI com grandes indústrias e instituições, que já devolveu mais de 1.500 aparelhos consertados para os hospitais. “As oportunidades que teremos à frente, da releitura de muitos países da concentração de manufatura, especialmente na Ásia, poderá ser uma oportunidade. O Brasil com certeza irá abraçá-la e a inovação será um eixo fundamental nesse processo”, defendeu.

Instituto possui estrutura laboratorial completa em biotecnologia


O Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos e Fibras atua de forma transversal em temas identificados como portas para o futuro para as cadeias dos segmentos químico e têxtil, e apoia empresas no desenho de estratégias utilizando o conceito de alta integração com a indústria e a academia. Possui equipe formada por especialistas reconhecidos nas áreas de biotecnologia, síntese química, engenharia de processos e fibras. Criado em janeiro de 2016, o Instituto integra o SENAI CETIQT, também composto pelo Instituto SENAI de Tecnologia Têxtil e de Confecção e Faculdade SENAI CETIQT.

O Instituto é referência nacional em inovação e se estrutura em plataformas tecnológicas ligadas à pesquisa aplicada e inteligência competitiva, possibilitando a identificação e construção de oportunidades para a indústria por meio de análise e desenvolvimento de novos produtos e processos químicos, bioquímicos e têxteis. Entre os projetos já desenvolvidos estão têxteis funcionalizados com propriedades antivirais, o desenvolvimento de formulações alternativas de álcool em gel, testes sorológicos (Elisa e testes rápidos) para diagnóstico da Covid-19 e pesquisa de potencial antiviral e anti-inflamatório de heparinas para tratamento da doença.

Em abril, a Embrapii anunciou a seleção de mais três Institutos SENAI de Inovação para ingressar em sua rede. Além do Instituto de Biossintéticos e Fibras, passam a ser unidades Embrapii o Instituto de Química Verde, também no Rio de Janeiro, e o Instituto de Materiais Avançados e Nanocompósitos, em São Bernardo do Campo (SP). As novas unidades terão disponíveis R$ 18,7 milhões da Embrapii para PD&I em parcerias com empresas brasileiras. A expectativa é que o credenciamento de novas unidades gere R$ 56 milhões em novos projetos de PD&I com empresas.

As áreas de competência selecionadas têm alta demanda por inovação e de mercado e podem contribuir com o aumento da disponibilidade de produtos sustentáveis de padrão internacional no país, seja pela melhoria de processos ou pelo desenvolvimento de novas tecnologias.

Fonte: CNI