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Grupo Prysmian prioriza saúde e se fortalece na pandemia

Com reação rápida e medidas extremas, operação em Latam sai da crise global com crescimento nas vendas

A pandemia assustou a sociedade, governos e empresas e gerou paralisia diante da imprevisibilidade. Com a operação latino-americana do Grupo Prysmian, líder mundial em tecnologia e desenvolvimento de cabos e sistemas para os setores de energia e de telecomunicações, não foi diferente.



Os primeiros meses de pandemia tiveram impacto negativo sobre os negócios. No primeiro semestre, as vendas encolheram 28% em comparação ao desempenho dos primeiros seis meses de 2019. No entanto, a retomada foi muito rápida e o crescimento chegou a 37% no segundo semestre.

“Essa foi uma sinalização importante porque já indicou o ritmo que ter íamos pela frente, posicionando o negócio para uma integral recuperação em 2021”, explica Juan Mogollon, CEO para a América Latina, atribuindo o fortalecimento da empresa à rápida virada de chave ao ser confirmada a pandemia.

A construção dessa trajetória começou com uma reação imediata ainda em março de 2020. Um comitê foi formado para discutir maneiras de minimizar os efeitos da crise.

O diagnóstico da companhia foi feito a partir de um conceito que Mogollon chama de “pré-mortem”. O objetivo é identificar os riscos que poderiam afetar o negócio, chegando às estratégias necessárias para evitar todos os impactos negativos.

“Decidimos focar três pontos: manter as pessoas saudáveis, garantir o serviço aos clientes e estar ao lado deles, entendendo suas necessidades, e também junto à cadeia de fornecimento”, detalha o executivo.

O primeiro passo foi comunicar aos colaboradores que não seriam feitos cortes de pessoal. A saúde entrou nos temas prioritários. Todos da área administrativa – em torno de 1 mil profissionais – passaram imediatamente a trabalhar de casa.

Mas foi nas unidades fabris, que conta com cerca de 3 mil pessoas, que os cuidados foram ainda mais zelosos. A direção da companhia entendeu que precisava garantir a saúde e acelerar a educação da equipe sobre a Covid-19. Além de um programa de conscientização, a empresa passou a testar colaboradores e familiares semanalmente, implementando um drive-thru. Até agora foram aplicados 30 mil testes. Além disso, foi criada uma linha de assistência, 24 horas por dia, para facilitar o contato com equipes médicas.

O próprio CEO acompanhou a evolução das novas práticas. Recebeu depoimentos de funcionários que se sentiam mais seguros dentro da fábrica do que em suas casas.

Com os colaboradores seguros, o foco se voltou para clientes e fornecedores. Era importante que a área de vendas estivesse conectada a todos, mesmo à distância. Para isso, o Grupo Prysmian lançou uma ferramenta que, no pico da pandemia, registrou, em média, 10 mil chamadas por mês. “O investimento foi necessário para garantir condições de ter uma relação contínua com clientes”, conta o executivo.

O terceiro ponto de atenção envolveu a cadeia de suprimentos. Durante o pico da pandemia, as reuniões de planejamento (S&OP) mensais passaram a ser diárias, prevenindo disrupções de fornecimento e mantendo o nível de serviços com os clientes. “Estou orgulhoso da incrível resiliência do nosso time”, afirma o CEO.

Entre os projetos atendidos pela empresa está a usina solar São Gonçalo, no Piauí, a maior instalação fotovoltaica da América do Sul. Operada pela Enel Green Power Brasil, a planta está em fase de expansão e deve chegar, em 2021, a uma capacidade total de 864 MW.

Para Mogollon, o último ano se apresentou como um desafio e um aprendizado. “Aprendi na minha carreira que, em meio a crises, liderança é fundamental – mas a experiência é muito importante. Precisamos tomar decisões em tempo real e com mais ambiguidade. É necessário gerenciar com nosso coração, não apenas pelos números.”

Fonte: Valor Econômico