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Estudo das Nações Unidas vai desenvolver modelos de economia circular no Brasil

Iniciativa também será feita no México, Chile e Uruguai com o objetivo de propor um modelo de produção sustentável com foco no aproveitamento máximo de componentes e recursos naturais

O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) lançou nesta quinta-feira (29), em Brasília, o projeto de assistência técnica “Mapa do Caminho para a Economia Circular no Brasil”. Executado pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido), o estudo vai identificar os principais atores, iniciativas existentes, oportunidades e desafios para a implementação de um modelo de economia circular no Brasil.

Oposta à economia linear, onde os produtos são descartados logo após o uso, a economia circular visa promover o desenvolvimento econômico sustentável com foco em aproveitar ao máximo a vida útil de componentes e recursos naturais por meio da mudança de processos industriais, redesign, reuso e reciclagem. O MCTIC faz parte do projeto por meio da Coordenação-geral do Clima e a expectativa é que o trabalho seja concluído no ano que vem.

O secretário de Políticas para Formação a Ações Estratégicas do MCTIC, Marcelo Morales, explica que o Brasil possui a maior biodiversidade do mundo e que preservar essa condição é essencial para gerar riquezas. “A aptidão do Brasil é a bioeconomia. Nós temos que investir cada vez mais nesse campo e na manutenção da biodiversidade. Precisamos utilizar o conhecimento que existe para produzir a riqueza que o país necessita para benefício da população, da indústria e da agropecuária, por exemplo”, disse.

Segundo Alessandro Amadio, representante da Unido no Brasil, o estudo também será aplicado no México, Chile e Uruguai. A intenção é apontar um modelo em que diferentes cadeias produtivas conversem entre si.  “A economia circular é muito mais que reciclagem. É uma visão de economia mais aberta em que os componentes da cadeia de valor se comunicam entre si, o que permite otimizar os fatores de produção de forma a gerar mais emprego, renda e tecnologia”, afirma.

Análise do Ciclo de Vida

O evento também lançou o documento “Rota Estratégica para Banco de Dados em Avaliação do Ciclo de Vida (ACV)”.  Elaborado pelo Instituto Brasileiro de Ciência e Tecnologia (Ibict), em parceria com entidades públicas e privadas, tem como objetivo traçar uma estratégia para o crescimento do Banco Nacional de Inventários do Ciclo de Vida (SICV).

A Análise do Ciclo de Vida é uma metodologia que permite medir o impacto ambiental dos produtos e serviços desde a extração das matérias-primas até o descarte. Já o SICV Brasil é um banco de dados formado por inventários de ciclo de vida de diversos produtos nacionais. A ideia é aumentar a base de dados para que governo, indústria e pesquisadores tenham mais informações para elaborar políticas públicas e criar soluções com melhor desempenho ambiental.

Segundo Tiago Braga, diretor substituto do Ibict, o SICV possui hoje 22 inventários cadastrados e 500 em processo de conversão. Para comparação, o sistema utilizado pela Suíça possui mais de 20 mil processos. “A bioeconomia é um caminho sem volta e a Avaliação de Ciclo de Vida contribui para qualificar o Brasil no cenário internacional. O apoio à informação é uma forma de o Brasil se posicionar na defesa dos interesses nacionais e de nosso patrimônio natural”, ressalta.

São parceiros da Rota Estratégica a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UFTPR), o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Rede Empresarial Brasileira de Avaliação de Ciclo de Vida (Rede ACV) e Associação Brasileira de Ciclo de Vida (ABCV).

Fonte: MCTIC