Notícias

Audiência Pública sobre as tarifas impostas pelos Estados Unidos ao Brasil

15/07/2025 – Comissão de Relações Exteriores cria grupo de trabalho para tratar de crise tarifária com os Estados Unidos

A proposta, apresentada pelo presidente da CRE, senador Nelsinho Trad (PSD-MS), prevê o envio de uma missão parlamentar a Washington antes do início da vigência das medidas, marcado para agosto. O objetivo é dialogar com senadores americanos e buscar reverter a decisão, construindo uma “ponte de diálogo” num momento em que os canais diplomáticos tradicionais enfrentam dificuldades. Segundo Nelsinho, a própria embaixada dos Estados Unidos no Brasil sugeriu a criação do grupo.

O tema foi debatido durante audiência pública (REQ 17/2025 – CRE) com representantes do governo federal e do setor produtivo. Parlamentares mencionaram a Lei da Reciprocidade como possível instrumento de reação, lembrando que a norma, aprovada e sancionada em abril, permite ao Brasil se proteger de tarifas unilaterais. Autora do relatório da lei, a senadora Tereza Cristina (PP-MS) destacou que o dispositivo deve ser usado com responsabilidade e como último recurso, priorizando uma solução consensual.

A audiência também foi marcada por críticas à condução da política externa brasileira. O senador Carlos Viana (Podemos-MG) responsabilizou o atual governo por um alinhamento geopolítico “equivocado”, que teria afastado o Brasil dos países mais desenvolvidos. Para ele, isso fragilizou a diplomacia brasileira e dificultou o diálogo com os Estados Unidos.

Por outro lado, o secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores, Philip Fox, reforçou que o Brasil segue comprometido com uma solução negociada. Ele ressaltou a importância da relação bilateral ao destacar que os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil e o maior investidor direto no país.

A avaliação dos membros da comissão é de que o Senado deve assumir papel de liderança na condução da crise diplomática e econômica. O senador Esperidião Amin (PP-SC) defendeu uma postura de “insistência pacífica”, embasada em dados que demonstrem a vantagem comercial dos Estados Unidos frente ao Brasil.



Foto: P&D Brasil