Notícias Associados

HT Micron lança primeiro chip de Internet das Coisas do Brasil

O CEO da HT Micron, Chris Ryu, destaca ineditismo do produto desenvolvido no Rio Grande do Sul

A HT Micron vai apresentar na próxima terça-feira (18) o primeiro chip para Internet das Coisas (IoT) desenvolvido e produzido no Brasil. Com isso a empresa, resultado de uma joint venture entre a sul coreana Hana Micron, a Finep e acionistas brasileiros fundada para prover soluções em semicondutores, marca em alto estilo os seus dez anos da sua sede no Tecnosinos, em São Leopoldo.

“Esse é um lançamento pioneiro no mundo de um componente tão compacto, e está acontecendo no Brasil. Mesmo na Coreia do Sul esse produto ainda não está disponível”, afirma o CEO da HT Micron, Chris Ryu. A companhia já atua como fornecedora de produtos de memórias para celulares, computadores e Smart TVs. A empresa tem cerca de 200 profissionais, sendo 10 coreanos e faturou cerca de R$ 400 milhões em 2018 – o plano é crescer 50% esse ano.

Foram meses de trabalho árduo para criar uma nova tecnologia em parceria a ST Microeletronics com o itt Chip – Instituto Tecnológico de Semicondutores da Unisinos. O System-in-Package (SIP) é uma inovação pois permite que todas as tecnologias de encapsulamento avançado sejam integradas. Dos cerca de 20 milhões de chips que serão produzidos esse ano pela empresa no Brasil, pelo menos 1 milhão já será para atender o mercado de Internet das Coisas.

O SIP é o primeiro previsto para os próximos 24 meses nesta área e poderá ser utilizado em produtos para localização de pessoas, cargas, medição remota de gás e água, iluminação pública, entre outras. Também estão previstos chips para atender outras tecnologias de comunicação dos dispositivos IoT. “Esse é apenas o início de uma nova linha de componentes que a empresa está criando para esse mercado gigantesco. IoT deverá se tornar um mercado 300 vezes maior que o de smartphones”, projeta Ryu, orgulhoso do que está sendo feito pelos suas equipes de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).

A liderança na oferta desta tecnologia está fazendo com que outros mercados direcionem a sua atenção para a operação brasileira. É o caso da Argentina, país com o qual já iniciaram conversações com um importante e potencial cliente local. Também já foi dado start para parceiras com players do Reino Unido. “Em 10 anos toda a indústria será modificada e o setor de semicondutores está no centro das novas tecnologias que estão surgindo”, aponta Ryu.

A Internet das Coisas viabiliza a conexão de uma grande gama de dispositivos e equipamentos. Como explica Luiz Francisco Gerbase, membro do conselho da HT Micron, esse é um mercado extremamente dependente de custos, já que envolve milhares de sensores espalhados pelas empresas e cidades.

Através da combinação de componentes de microeletrônica já existentes, a tecnologia de empacotamento (packaging) da HT Micron permite o desenvolvimento de chips específicos, sem a necessidade de volumes de produção extremamente altos. “A importância deste componente que a HT Micron está lançando é justamente o fato de reunir em um só chip as principais funções necessárias para a produção de dispositivos de IoT. Com isso, a empresa traz ao mercado mundial um componente capaz de viabilizar custo de produtos até antes eram impensáveis”, destaca Gerbase, que está à frente da startup Ayga.

O CEO da HT Micron, Chris Ryu, comenta que a proximidade com o campus e a simbiose entre a empresa e a Unisinos foram fundamentais para esse projeto. “O lançamento de um produto IoT, totalmente desenvolvido no Brasil pela nossa equipe de P&D, é um grande símbolo do nosso compromisso com o ecossistema de inovação”, destaca.

A apresentação do chip da HT Micron acontece como parte do evento de celebração dos 50 anos da Unisinos, dos 20 anos do Tecnosinos e dos 10 anos da própria HT Micron. O coordenador administrativo dos itts da Unisinos, Silvio Bitencourt, também celebra essa relação. “A parceria do itt Chip nessa entrega da HT Micron é um dos resultados esperados com a sua criação, voltada para o desenvolvimento de um polo de semicondutores e o fortalecimento da indústria eletrônica no Rio Grande do Sul”

Fonte: Mercado Digital