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Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia promove a integração e reconhece estudos inovadores

O Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia agraciou nesta terça-feira (20), em Brasília, quatro projetos de pesquisadores iniciantes, universitários e seniores, além de entregar cinco menções honrosas, na edição de 2017.

Com o tema “Tecnologias para a Economia do Conhecimento”, foram premiados estudos que demonstraram o potencial das Tecnologias da Informação, novos modelos de negócios, formas de despertar o interesse pelo aprendizado e indústrias criativas.



O secretário-executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Elton Zacarias, ressaltou a integração entre os países. “No ministério, temos a missão de fortalecer a ciência, tecnologia e inovação não só no Brasil, mas na integração dos países latino-americanos, em especial do Mercosul. Eu agradeço as entidades parcerias que compõem o projeto e saúdo os vencedores, alunos, professores e orientadores”, disse.



O ministro da Ciência e Tecnologia do Paraguai, Luis Alberto Lima, afirmou que o país fez uma escolha de investir na produção e na popularização da ciência. “Estamos trabalhando há bastante tempo no Mercosul, e foram muitos projetos premiados. A intenção do Paraguai é fortalecer as estruturas de ciência e tecnologia do país. Queremos mais pesquisadores, fomentar a investigação como opção de vida e popularizar a ciência, para que a população tenha uma consciência crítica.”



Vencedores

O vencedor da categoria Estudante Universitário foi José Ribamar de Castro Jr., da Universidade Federal do Maranhão, com o projeto de curativos biodegradáveis. O produto está em desenvolvimento e já há uma patente registrada. O próximo passo é finalizar os testes e procurar empresas interessadas em investir.



“É uma honra trazer o nome da nossa universidade, e essa é a segunda premiação desse projeto. É um curativo com uma ação que impede a infecção dos ferimentos e trata os machucados a partir de derivados da natureza. Vai ser um produto de baixo custo e que não agride o meio ambiente. Fico muito feliz pelo prêmio e quero continuar com a pesquisa”, afirmou.



Na categoria Jovem Pesquisador, o primeiro prêmio foi entregue ao argentino Ezequiel Alejandro Ortega, do Instituto Presbitero Dr. Antonio Maria Saenz. O estudo “Vejo, Compreendo e Aplico”, utiliza recursos em três dimensões para ajudar no aprendizado de estudantes. “A ideia é usar recursos visuais como o holograma no ensino. Os alunos visualizam o conteúdo, analisam para compreender e aplicam em uma situação concreta. Isso os motiva a se interessarem pela matemática e geometria e pode ser usado na educação de crianças e adolescentes. Um aluno motivado tem um aprendizado significativo”, descreveu.



Na modalidade Iniciação Científica, venceu a paraguaia Ariane Pereira Denis, do Colégio Privado Campo Verde, com o projeto Robótica ao Alcance de Todos. A ideia da estudante é usar materiais simples como papelão, tampas de garrafa, elásticos, motores e pilhas para ensinar robótica para crianças. “O projeto consiste em fazer robôs com materiais reciclados. Em uma experiência com esses insumos, conseguimos cortar 90% do custo. Aplicamos o projeto na minha escola com alunos do 4º, 5º e 6º ano. As crianças gostam muito da robótica, se interessam pela tecnologia e desenvolvem suas habilidades”, destacou.



A brasileira Amedea Barrozzi Seabra, da Universidade Federal do ABC, ganhou o primeiro lugar da categoria Pesquisador Sênior, com o estudo sobre a preparação e aplicação de nanopartículas doadoras de óxido nítrico. A pesquisa começou em 2011, e hoje existem patentes registradas, que podem ser usadas para criar um produto farmacêutico, como um spray, gel ou injeção.



“A molécula do óxido nítrico é muito importante, controla várias funções fisiológicas e é produzida no organismo. Porém, ela é muito instável, podendo deixar de existir em meio segundo. A ideia é aliar geradores dessa molécula com as nanopartículas para diversas aplicações, de forma a aumentar a estabilidade. Isso pode ser usado em tratamentos de câncer, regeneração da pele e aplicações biomédicas”, explica.



Nesta edição, não houve ganhadores na categoria integração.



O prêmio

Instituído em 1997 pela Reunião Especializada em Ciência e Tecnologia do Mercosul (RECyT), o objetivo do prêmio é reconhecer os melhores trabalhos de estudantes, jovens e pesquisadores e equipes de pesquisa, que representem potencial contribuição para o desenvolvimento científico e tecnológico e incentivar a realização de pesquisa científica, tecnológica e a inovação no Mercosul. Além disso, contribui para o processo de integração regional por meio do estímulo à difusão das realizações e dos avanços científicos e tecnológicos.



Desde o início, já recebeu mais de 2 mil trabalhos com 268 premiados entre pesquisadores e equipes. É organizado pela Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTIC e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com apoio do Movimento Brasil Competitivo (MBC).



Fonte: MCTIC